Sara olhava o mar como se ali fosse chegada sua hora, momento sublime, era despedida
de um tempo, fechamento de um ciclo de vida, ela estava desesperada para
encontrar o vir a ser, estava livre das amarras de um passado pesado, e assim
atirou-se ao mar. Que agonia, alguns minutos se debatendo em alto mar, dores e
frio, mas nada lhe faria desistir, estava sendo tão doloroso, ela sentia-se
como uma borboleta antes da transformação, sentia-se lagarta, com um corpo tão
frágil, esticando-se para sair de um casulo apertado, saindo de uma fase dolorosa e confusa para entrar na fase que lhe faria alçar altos vôos, mas não era fácil sair do
casulo, era preciso esperar o tempo certo, o tempo em que as asas estariam
prontas. O tempo de dores e sofrimentos eram para fortalecer as asas
coloridas que lhe fariam voar por novas experiências, para "novos mundos".
Estica
o braço, dá fortes braçadas, finalmente
Sara se vê nadando com graça e força,
ela estava deixando-se levar pelo mar e por suas fortes águas. Onde foram parar
as dores e o frio? Já nem lembrava, sorria contente por estar ali, sentia-se
ousada por tentar ser feliz. Ela estava satisfeita por ter abrido mão de uma
comodidade que lhe faria infeliz, ela estava finalmente tendo contato com o
novo, com o desconhecido, Sara estava sendo apresentada ao prazer de viver a
vida exatamente como há muito deveria ser.
Tão belo quantos todos os outros que já escreveu.
ResponderExcluirMuitíssimo obrigada!!!
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